Migramos o blog


Olá amigos agradeço a todos que nos acompanhou até aqui por isso para melhor administramos e atender aos leitores visando segurança e qualidade migramos o nosso blog para:

http://ebdconnect.wordpress.com/

todas as nossas postagens até aqui estão todas lá, a partir deste momento todas as novidades estarão postadas por lá aguardamos a sua visita e será um prazer ter vocês conosco lá.

O Perfil do Superintendente de Escola Dominical 3° Parte

Published by . under ,

Pr. César Moisés - Colunista do site CPAD News

O Perfil do Superintendente de Escola Dominical

 3° Parte
 IV – O SUPERINTENDENTE COMO GESTOR

Uma das funções principais do superintendente é a de gerir a Escola Dominical. Por mais “empresarial” que pareça essa constatação, ela não é nova e nem originalmente minha. Em outubro de 1967, portanto, há 43 anos, na quarta capa da extinta revista A Seara (CPAD), foram publicadas as “Bem-aventuranças da Escola Dominical”. Uma delas, dizia exatamente o seguinte: “Bem-aventurada a Escola Dominical administrada como um Banco, pois os seus negócios serão bem dirigidos e terão o respeito de todos”. Evidentemente que essa era uma “visão americanizada” de gestão, onde os bancos constituíam o paradigma, mas na realidade o autor quis ressaltar o princípio organizacional que deve permear a administração da Escola Dominical. Em outras palavras, ela precisa ser gerida de maneira inteligente e planejada. Mas, infelizmente, alguns gestores dominicais parecem insistir na prática de uma administração que se resume a distribuir cadernetas, pincéis, apagadores, lições e sinalizar o tempo com o auxílio da campainha! Nesse contexto, evidentemente que a Escola Dominical perderá toda a sua razão de ser, pois ela existirá apenas em função da observação de um tradicionalismo, mas totalmente esvaziada de seu real sentido. Por outro lado, não sou partidário do acompanhamento acrítico e indiscriminado de modelos de gestão que pululam aqui e acolá, como se o mero ato de acompanhá-los fosse o suficiente para manter a relevância e a razão de ser da Escola Dominical. É preciso articular o moderno e implementá-lo, de acordo com a realidade da Escola Dominical, com vistas a garantir a efetivação do processo educacional cristão. 


Fala-se atualmente de diversos modos de gestão, desde a Teoria Geral dos Sistemas, a Teoria Geral da Administração e a Gestão Participativa e por aí vai. Contudo, em termos de gestão contextualizada, o modelo que foi sugerido por Jetro a Moisés (Êx 18.13-26), ainda permanece como uma das formas mais eficazes de administração. Isso porque gestão não é meramente o cumprimento de um roteiro inflexível de decisões alheias aos interesses coletivos. Nas palavras de Jetro, se Moisés o ouvisse e delegasse poder e partilhasse responsabilidades, Deus lhe daria as suas ordens, Moisés as cumpriria e, além disso, todo o povo voltaria para casa em paz (v.23), ou seja, haveria satisfação coletiva. Tal decisão está em consonância com a moderna ideia de gerir um educandário, pois gestão “significa tomada de decisões, organização, direção. Relaciona-se com a atividade de impulsionar uma organização a atingir seus objetivos, cumprir suas responsabilidades”.13 Em termos educacionais, a gestão democrática e eficaz garante que os seus princípios — os princípios da educação humanizadora e integral — sejam assegurados e cumpridos. Isso porque o que está em jogo são o crescimento e o desenvolvimento das pessoas — educandos, educadores, gestores, líderes —, sujeitos e razão de ser da Educação Cristã.

A educação laica está se tornando cada vez mais consciente do seu papel no processo de humanização dos seres humanos, e isso, em outras palavras, implica em compreender o “significado da gestão da educação, nos tempos hodiernos” a fim de garantir que ela cumpra seus propósitos. Colocado de outra forma, a gestão “necessita, a partir do seu sentido etimológico, ser vinculada às exigências do mundo globalizado com toda a sua complexa rede de determinações, tendo como referência fundamental a formação para a cidadania na ‘cultura globalizada’”.14 O que essa constatação quer dizer, é que a escola precisa formar cidadãos devidamente instrumentalizados para enfrentar os desafios dos novos tempos. Algo que não ocorrerá simplesmente por causa dos conteúdos ensinados, mas das políticas educacionais que os antecedem. Assim, gerir inteligente e participativamente, “Significa tomar decisões, organizar e dirigir as políticas educacionais que se desenvolvem na escola comprometidas com a formação da cidadania, no contexto da complexa ‘cultura globalizada’”.15 Vê-se que essa tarefa não é nada fácil, porém necessária, obrigatória e inadiável:

É um compromisso de quem toma decisões — a gestão —, de quem tem consciência do coletivo — democrática —, de quem tem a responsabilidade de formar seres humanos por meio da educação. Assim se configura a gestão democrática da educação que necessita ser pensada e ressignificada na “cultura globalizada”, imprimindo-lhe um outro sentido.16

Se a educação laica empreende essas mudanças por entender a importância de seu papel na sociedade, será que a Educação Cristã deve ficar aquém? Será que a parte ininterrupta da ordem dada pelo Senhor Jesus Cristo em Mateus 28.19,20 deve ser tratada como tem sido simplesmente porque alguém — subjetivamente — defende a errônea ideia de que estudar anula o fervor e a espiritualidade? É óbvio que a resposta é um sonoro “não”. No entanto, é preciso fazer com que essa conscientização se materialize no fazer pedagógico cristão, garantindo Educação Cristã de qualidade. Uma gestão democrática se faz com a participação de toda a comunidade de fé (expressão preferida de Lutero para referir-se à igreja), pois é por causa dela que a Educação Cristã existe e não o contrário. Nessa perspectiva, a “gestão democrática é uma prática cotidiana que contém o princípio da reflexão, da compreensão e da transformação que envolve, necessariamente, a formulação de um projeto político-pedagógico libertador”.17 E é evidente que, a partir da construção de tal projeto, será preciso uma representatividade, um extrato da comunidade de fé que, juntamente com o gestor da Escola Dominical, trabalharão para assegurar as decisões coletivas que garantirão a qualidade da Educação Cristã. Em Marketing para a Escola Dominical, o Ciclo Organizacional e Administrativo da Nova Escola Dominical18 representa um modelo adequado a essa perspectiva de gestão.   

V – O SUPERINTENDENTE COMO PESQUISADOR
 

Em face de tudo que anteriormente foi discutido e tendo em vista que o despretensioso objetivo desse texto é justamente demonstrar a necessidade de reorganização da Escola Dominical, iniciando por sua gestão para só então se pensar em reformas metodológicas, didáticas e de conteúdos, concluí-se que é preciso que o superintendente seja um ávido pesquisador das três grandes áreas que foram expostas. Isso se o gestor quiser minimizar o “abismo” que separa a realidade escolar cotidiana dos educandos — principalmente crianças, adolescentes e jovens — da que eles se deparam dominicalmente em suas igrejas. E nem é preciso dizer que a resistência que alguns apresentam em implementar as mudanças e romper com o paradigma usual — mas já nitidamente superado — significa evasão escolar e falta de relevância da Escola Dominical na comunidade de fé. Algo que, com a “onipresença” midiática, não há mais possibilidade de os gestores dominicais protelarem, pois as janelas virtuais mostram que é possível fazer diferente aquilo que tradicionalmente se fazia da mesma maneira por anos a fio. 

Os “meios de comunicação de massa”, a indústria cultural, as corporações da mídia são poderosos agentes culturais que influenciam decisivamente a educação, a socialização dos indivíduos e das coletividades, influenciando no modo pelo qual uns e outros se inserem na sociedade, na cultura, no mercado, na política etc. Em diferentes gradações, a mídia difunde, reitera ou altera quadros mentais de referência de indivíduos e coletividades em todo o mundo, tanto abrindo como delimitando horizontes, tanto fertilizando inquietações como influenciando suas expressões, podendo ser elemento ativo das diversidades e mudanças em todos os níveis da sociedade.19

Essa é a realidade cada vez mais presente em nossas vidas. Se no mundo moderno sentíamo-nos perfeitamente adequados, no pós-moderno é a nova geração que convive sem praticamente nenhum choque e embate em seu dia a dia. Eles parecem ter sido feitos “sob medida” para viverem neste período da história. Agora nós, se não quisermos perder o “trem bala” da história (o a vapor aposentou-se há muito tempo), precisamos correr e nos adequarmos rapidamente, pois se assim não fizermos perderemos a chance de educar cristãmente essa e a próxima geração da igreja.
 
CONCLUSÃO

Vimos que a missão do superintendente da Escola Dominical é uma tarefa das mais ingentes. Isso, longe de representar um desestímulo é um convite a excelência e a busca de superação no cumprimento do ministério outorgado àqueles que foram chamados para liderar a maior força voluntária do mundo: os professores de Escola Dominical. Além disso, se o gestor pensar no contingente que existe representado por cada aluno, família e comunidade que, indiretamente, serão alcançados por esse trabalho, verá que compensa todo e qualquer esforço. 
 
NOTAS
13 FERREIRA, Naura Syria Carapeto. Repensando e Ressignificando a Gestão Democrática da Educação na “Cultura Globalizada”. Revista Educação & Sociedade. Vol. 25, n. 89, Campinas: Centro de Estudos Educação & Sociedade da Unicamp, Set./Dez. 2004, p.1241.
14 Ibid., p.1240.
15 Ibid., p.1241.  
16 Ibid., p.1241.
17 A Gestão Democrática da Educação e da Escola in A escola como território de luta. Caderno de Debates da IV Conferência Estadual de Educação da APP-Sindicato. Curitiba: APP-Sindicato, 2005, p.37.
18 CARVALHO, César Moisés. Marketing para a Escola Dominical. Como atrair, conquistar e manter alunos na Escola Dominical. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp.123-31.
19 FERREIRA, Naura Syria Carapeto. Repensando e Ressignificando a Gestão Democrática da Educação na “Cultura Globalizada”. Revista Educação & Sociedade. Vol. 25, n. 89, Campinas: Centro de Estudos Educação & Sociedade da Unicamp, Set./Dez. 2004, p.1232.


No responses yet

Radio Vox Dey

LEIA GRATIS A REVISTA ABNB

Conheça a SBB

SBB Notícias

Archives

Followers