Texto Áureo: II Rs. 1.7,8
– Leitura Bíblica: I Rs. 17.1-7
Prof. José Roberto A. Barbosa
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje estudaremos a respeito de Elias, o tisbita, um homem
de Deus que com fé e coragem não fugiu da sua responsabilidade. A princípio
destacaremos o chamado de Elias, sua fé e coragem, e ao final, seu exemplo.
Aprenderemos que a vida e a mensagem de Elias inspiram homens e mulheres, até
mesmos os mais simples, a servirem ao Deus Vivo e Verdadeiro.
1. A VOCAÇÃO DE ELIAS
Elias, Elijah em
hebraico, fora vocacionado pelo Senhor já partir do seu nome, cujo significado é
“Meu Deus é Jeová” ou “O Senhor é o meu Deus”. Naquele tempo Acabe e Jezabel,
que estavam no comando do Reino do Norte, se voltaram à idolatria, conduzindo o
povo à apostasia. É nesse contexto que Deus chama Elias, o Seu profeta,
refutando, a partir do seu nome, a apostasia israelita. Elias era de Tisbe, por
isso é denominado de tisbita. A localização dessa cidade não é exata, ainda que
o texto bíblico a situe em Gileade, no norte da Transjordânia, do lado leste do
rio Jordão. Tratava-se de um lugar isolado, fora do mapa, de um povo simples.
Os historiadores afirmam que seus habitantes eram rudes, queimados pelo sol,
musculosos e fortes. Não se destacava pela educação, sofisticação e diplomacia,
Elias, por assim dizer, era “a cara da sua terra”. De certo modo podemos
afirmar que era um homem áspero, sem formação instrucional, a não ser a divina.
O estilo de Elias estava atrelado às suas raízes, por isso não “tinha papas na
língua”, ou seja, falava a verdade, sem arrodeio. De uma hora para outra ele se
apresenta diante do rei Acabe, sem medo ou relutância. Ele vai direto ao
assunto, questionando os procedimentos do casal que se opunha ao propósito de
Deus. Diante da apostasia, sua mensagem era necessária, seu pronunciamento urgente.
Ele foi chamado por Deus para estar na brecha, isso ainda acontece em tempos
difíceis (Ez. 22.30). Como profeta de Deus, surpreendeu seus ouvintes, não
dizendo o que desejavam, mas o que o Senhor orientava. Os mensageiros de Deus
devem proceder de igual modo, pois muitos não querem mais ouvir a Palavra de
Deus (II Tm. 4.1-4). Para tanto é preciso estar sempre diante de Deus, não se
apartar do santo livro, e não deixar de buscar o Senhor em oração.
2. ELIAS, UM HOMEM DE FÉ
E CORAGEM
Elias não fala de si mesmo, como todo profeta, ele é porta-voz de Deus,
pois “veio-lhe a palavra do Senhor dizendo” (I Rs. 17.2). O profeta é um homem
de fé, já que acredita na revelação do Senhor. A fé não está fundamentada no visível,
mas na esperança nas coisas que não se veem (Hb. 11.1). Sem fé é impossível
agradar a Deus, o Senhor exige confiança daqueles que dEle se aproximam (Hb.
11.6). A fé, e por conseguinte, a fidelidade, vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra
de Deus (Rm. 10.17). A fé na palavra de Deus fez com que Elias demonstrasse
coragem para enfrentar a oposição. A igreja também é porta-voz de Deus na
terra, por isso, mesmo com suas limitações, não pode fugir da responsabilidade
(Mt. 16.18). O compromisso da igreja é com a Palavra de Deus, sem esta ela nada
tem a dizer (II Tm. 3.16,17). A voz que impulsionava Elias não vinha de dentro
dele mesmo, mas de fora, para ser mais preciso, de cima. A Palavra de Deus é
fiel e verdadeira, digna de toda aceitação (I Tm. 4.9). A igreja de Jesus
Cristo não deve ter a pretensão de ser politicamente correta (II Co. 4.1,2).
Sua missão na terra é a de ser biblicamente correta, isto é, a de enunciar
todos os desígnios de Deus (At. 20.27). A igreja deve orar pelas autoridades, a
fim de que tenhamos vida tranquila e mansa (I Tm. 2.2). Mas isso não quer dizer
que as igrejas devem ser subservientes, principalmente quando as autoridades se
opuserem à Palavra de Deus (At. 5.29). Para tanto é preciso ter fé e coragem, e
lembrar que Jesus enviou seus discípulos como “ovelhas para o meio de lobos”
(Mt. 10.16).
3. ELIAS NO NOVO
TESTAMENTO
O ministério de fé e coragem de Elias é lembrado no Novo Testamento.
Jesus relaciona o ministério de João Batista ao de Elias, certamente pela
ousadia desses dois profetas (Lc. 1.17). Assim como Elias, João Batista não
tinha receio de anunciar a Palavra de Deus, ainda que as autoridades não
gostassem. Este último foi martirizado por denunciar os pecados dos poderosos
da sua época (Mt. 14.3,4). Durante a transfiguração de Jesus, no monte, o
evangelista Mateus registrou que estavam presentes Elias e Moisés, que falavam
com Cristo (Mt. 17.3; Lc. 9.30,31). A fé da viúva de Sarepta, no seu encontro
com Elias, foi destacada por Jesus, ressaltando a importância daqueles que eram
considerados não povo pelos judeus (Lc. 4.24-26). A realização de milagres por
Jesus fez com que Ele fosse confundido com Elias ressuscitado (Mt. 16.14; Mc.
6.15; 8.28). Tiago, em sua epístola, afirma que Elias era homem semelhante a
nós, mas que orava ao Senhor, sendo esse o motivo dos milagres que realizou
(Tg. 5.16-18). A mensagem e a vida de Elias inspirou vários personagens do
Antigo Testamento. A importância desse profeta fiel e corajoso é atestada pelo
Senhor Jesus Cristo. A vida e a mensagem de Elias devem servir de motivação
para homens e mulheres de Deus desta geração. O Deus da Bíblia continua usando
pessoas simples, os “tisbitas” do nosso tempo, para proclamarem Sua mensagem.
CONCLUSÃO
Tal como Elias, o tisbita, vivemos em contexto de apostasia, as
pessoas não têm compromisso com a Palavra de Deus. Mas Deus, o mesmo de Elias, ainda
vocaciona pessoa, sejam elas cultas ou indoutas, para serem testemunhas
da Sua revelação. Nesses dias tão difíceis, a respeito dos quais antecipou
Paulo (II Tm. 3.1,2), precisamos de fé, sobretudo de fidelidade, para que, com
coragem, sejamos arautos de Deus para esta geração corrupta (Fp. 2.15), sendo sal da terra e luz do mundo (Mt. 5.13-15).
BIBLIOGRAFIA
GETZ, G. Elias: um modelo de coragem e fé. São
Paulo: Mundo Cristão, 2003.
SWINDOLL, C. R. Elias: um homem de heroísmo e
humildade. São Paulo: Mundo Cristão, 2001.
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